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Metodologia

Para se iniciar o trabalho de pesquisa, uma reflexão sobre a história da ciência será norteadora para o presente projeto. Esse presente estudo pretende elaborar suas análises partindo dos trabalhos de Thomas Kunh que defende que a ciência não é uma atividade completamente racional e controlada, mas que na verdade é produto de seu tempo e de influências extertas que giram em torno do fazer científico.

Para essa pesquisa proporcionar um entendimento mais rico do tema de estudo proposto, é necessária uma análise fílmica das fontes escolhidas, ou seja, precisamos partir da análise dos filmes O triunfo da vontade e Olympia. Análise essa que pretendemos fazer com o objetivo de descontruir o objeto fílmico para compreender seus elementos separadamente para depois compô-los novamente e não só pela sua totalidade. Utilizando conceitos de Francis Vanoye (1994) a respeito da análise fílmica que tenta explicar no que essa atividade consiste.

 

“Analisar um filme ou um fragmento é, antes de mais nada, no sentido científico do termo, assim como se analisa, por exemplo, a composição química da água, decompô-lo em seus elementos construtivos. É despedaçar, descosturar, desunir, extrair, separar, destacar e denominar materiais que não se percebem isoladamente 'a olho nu', uma vez que o filme é tomado pela totalidade. Parte-se, portanto, do texto fílmico para 'descontruí-lo', e obter um conjunto de elementos distintos so próprio filme. Através dessa etapa o analista adquire um certo distanciamento do filme.” (VANOYE, 1994, p. 15)

 

Além da análise fílmica, que terá também como base os estudos de Marc Ferro, que emprega o filme como fonte documental e o enxerga como documento, não no sentido imagético, mas sim no status de revelador ideológico, político, social e cultural de uma determinada cultura, o trabalho com o contexto histórico em que as fontes escolhidas estão inceridas. Para isso, contaremos com uma bibliografia voltada para o cinema nazista, onde autores como Alcir Lenharo e Wagner Pinheiro, vão retratar as particularidades do cinema a serviço do governo de Adolf Hitler e como João Fábio Bertonha que fará um estudo sobre os movimentos de extrema direita, incluindo o nazismo. Além, claro, de analisar a vida e a obra da cineasta Leni Riefenstahl, através de biografias, ensaios e entrevistas cedidas pela diretora, como por exemplo a entrevista concedida a escritora Gitta Sereny. Analisar os dados colhidos em uma visita feita ao Museu do Cinema de Berlim-ALE (Deutsche kinemathek Museum für Film und Fernsehen), no último mês de julho, que possui exposições permanentes sobre o filme Olympia e sobre o Cinema Nazista 1933-1945, é importante e pertinente ao presente trabalho.

Tão importante quanto o cinema é o trabalho com as fontes que abordam a eugenia. Autores como Pietra Diwan, Raquel Pelaez, André Pichot e Nancy Stepan, que trabalham com pesquisas sobre Francis Galton, a eugenia de Darwin a Hitler e a eugenia na América Latina, se tornam primordiais para se entender essa prática que um dia foi chamada e respeitada como ciência. Além, claro, de trabalhar com textos, artigos e livros do próprio “pai da eugenia”, Francis Galton, como, por exemplo, a sua obra mais conhecida e difundida, Hereditary Genius (1869).

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